Vamos despertar o Leão Africano.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

ANGOLA





Depois de quase 500 anos sob o domínio português, Angola se tornou uma nação independente em 1975. Era a colônia africana maior e mais rica de Portugal. Angola é o sétimo maior país da África, com uma superfície de 1.246.700 km². Limita-se ao norte e nordeste pelo Congo, a leste pela Zâmbia, ao sul pela Namíbia e a oeste pelo oceano Atlântico. No norte, o país ainda possui possui uma pequena área chamada Cabinda, que está separada do resto do país limitada ao norte pela República do Congo, a leste e sul pelo Congo e a oeste pelo oceano Atlântico. Foi anteriormente conhecida pelo nome de África Ocidental Portuguesa e sua atual denominação é República de Angola. A capital é Luanda.

Território

O país divide-se em três grandes regiões: a planície costeira, uma área de transição e um extenso planalto interior. As maiores altitudes estão nas montanhas da parte central.

Angola tem um clima tropical, com uma estação chuvosa de outubro a meados de maio. A corrente fria de Benguela modera as temperaturas da região costeira e reduz as chuvas, especialmente no sul.

População e governo

A população é composta por mais de 90 grupos étnicos. Os quatro mais representativos são os umbundu, os bakongo (kongo), os kimbundu e os chokwe-lunda.

Segundo dados de 1993, a população total, predominantemente rural, é de 10.765.000 habitantes. A capital e a maior cidade é Luanda, com uma população de 1.460.000 habitantes, segundo dados de 1989. De acordo com dados de 1983, outras grandes cidades são Huambo, com 203.000 habitantes, Benguela, com 155.000 habitantes, Lobito, com 150.000 habitantes, e Lubango, com 105.000 habitantes.

O português é a língua oficial. Mais de 90% da população fala línguas bantas.

O governo angolano ampliou o número de escolas, hospitais, clínicas médicas e centros sociais, como também muitos outros serviços sociais. Também proveio água em algumas áreas rurais e projetos de irrigação para fazendeiros, bem como a construção de estradas em regiões remotas do país. Entretanto, 25 anos de guerra civil levou o país ao caos. Somente a produção de petróleo preveniu a Angola do colapso econômico.

Segundo a Constituição adotada depois da independência em 1975 e posteriormente modificada, Angola é uma república unipartidária, governada pelo Movimento de Liberação Popular de Angola - Partido do Trabalho.

Economia

A economia tem sofrido severos retrocessos desde a independência. O desenvolvimento foi interrompido devido à falta de trabalhadores qualificados e à guerra civil. A produção de quase todos os bens, com exceção do petróleo bruto, foi paralisada ou foi reduzida. A intensificação da guerra civil no fim da década de 1980 e início década de 1990 interrompeu drasticamente a produção agrícola.

O petróleo representa 90% das exportações do país. Os diamantes são o segundo mineral em importância. O ferro bruto é o terceiro, porém não tem sido comercialmente produzido desde 1975.

O desenvolvimento do setor industrial sofreu limitações. Os principais bens manufaturados são produtos alimentícios.

História

Antes dos europeus ganharem o controle da África durante o período colonial, várias sociedades na região onde hoje é o território da Angola estabeleceram reinos poderosos que comercializavam ferro e outros produtos. A economia desses povos estava baseada no cultivo; e enquanto criavam gado e se desenvolviam na pesca, construiam ferramentas produtoras e bens para uso doméstico.

O litoral da Angola foi uma das primeiras áreas da costa africana a serem usadas como região portuária pelos colonizadores portugueses, como também foi uma das primeiras a servir como entreposto de escravos para outras colônias portuguesas como o Brasil. A capítal de Angola, Luanda, foi fundada em 1576. Apesar de os portugueses terem chegado à Angola em 1483, Portugal dominou na verdade só partes da região litorânea e uma seção pequena do interior angolano. Porém, com o tráfico de escravos, penetração militar no interior, a comercialização em tecidos, armas e outros bens importados, os portugueses tiveram um impacto negativo na região inteira. Alguns líderes angolanos tentaram interromper o tráfico de escravos no século XVI, mas não obtiveram sucesso. Outros líderes angolanos, inclusive a Rainha Nzinga, no século XVII, tentaram por um fim ao domínio português. Até que a Primeira Guerra Mundial começasse em 1914, Portugal tinha finalmente conquistado toda a Angola por uma série de guerras sangrentas. Debaixo das leis coloniais, os fazendeiros portugueses e os homens de negócios de Portugal dominaram toda a economia angolana que dependeu em grande parte da produção de café, algodão e outras colheitas. Posteriormente, a Angola foi governada pelo denominado Regime Indígena, um sistema colonial no qual a exploração econômica, o abandono cultural e a repressão política vigoraram até 1961. Em 1951, o status oficial de Angola passou de colônia à província ultramar. Durante a década de 1950, surgiu um movimento nacionalista. Nessa época, compoanhias grandes da África do Sul, Europa e os Estados Unidos administraram os diamantes da Angola, as minas de ferro e a produção de Petróleo. Muitas colônias africanas se tornaram nações autônomas durante a década de 60, mas o ditador português, Antônio Salazar, não concedeu a independência de Angola. Em 1956 é fundado oficialmente o Movimento Popular pela Libertação de Angola (MPLA). Em 1961, iniciou-se uma violenta guerra contra os portugueses afim de ganhar sua liberdade. Em 1962 formou-se a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) e a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA). A África do Sul e os Estados Unidos proveram ajuda militar à UNITA, mas com o auxílio de tropas cubanas e a forte influência da então poderosa União Soviética, as forças da MPLA finalmente prevaleceram no confronto. Após 14 anos de combates, em 11 de novembro de 1975, Angola conseguiu sua independência.

Eis que surge um grande entrave para a nação: dois governos declararam ser os representantes legítimos do novo Estado e proclamaram duas repúblicas rivais: um deles formado pela Movimento de Libertação Popular de Angola (MPLA) e o outro pela União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA). As superpotências envolveram-se na guerra civil que iria devastar o país nos próximos 25 anos. A antiga União Soviética e tropas cubanas apoiaram o MPLA, enquanto a UNITA recebeu o apoio da África do Sul, dos Estados Unidos e de outras potências ocidentais. O MPLA ganhou o controle do governo, e seu líder, Agostinho Neto, entrou na carreira pública como o primeiro presidente de Angola. Depois da morte dele em 1979, assumiu à presidência José Eduardo dos Santos. Enquanto isso, angolanos e cubanos travavam uma batalha sangrenta contra os rebeldes da UNITA. Em 1988 a África do Sul concordou em conceder independência para a Namíbia em troca da retirada das tropas cubanas de Angola. A retirada começou em janeiro de 1989.

Mesmo assim, o acordo ainda não solucionou os graves problemas internos de Angola, visto que a luta entre MPLA e UNITA continuou mais sanguinolenta do que nunca. Tentativas para terminar a guerra civil falharam até o fim da Guerra Fria reunindo Estados Unidos e funcionários do governo soviético a conversas entre MPLA e UNITA, mediado por Portugal. Em 25 de maio de 1991, foi completada a retirada das tropas cubanas e o governo central assinou o cessar fogo supervisionado pelos observadores da ONU. As eleições presidenciais de setembro de 1992 foram ganhas pelo MPLA. Recusando aceitar a derrota, Jonas Savimbi, da UNITA, reiniciou a guerra civil, trazendo mais derramamento de sangue e caos ao país, que já estava assolado. Em 1993, intensificaram-se as lutas entre as tropas governamentais e as da UNITA. Um novo projeto para a paz com o apoio da ONU foi negociado em Lusaka (Zâmbia) em 1994, mas não teve êxito para resolver o confronto.

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