Vamos despertar o Leão Africano.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

IMPACTO T. L. Osborn


Capítulo 8
Impressões digitais.
Uma das maiores maravilhas da evangelização é o fato de o Senhor empregar instrumentos humanos na pesca de almas para Cristo. Deus poderia ter em­pregado para isso os Seus anjos. Na verdade, estes te­riam ficado mais que satisfeitos se houvessem recebi­do de Deus essa incumbência. Mas Deus assim não quis. Ele resolveu empregar o homem para essa glorio­sa tarefa, ou missão. É dito: "Duvida-se que se possa encontrar no céu uma alma que não traga em si as im­pressões digitais de outra pessoa".
Quando Cristo embargou os passos de Saulo de Tarso na estrada de Damasco, bem lhe poderia reve­lar naquele instante o plano de salvação. Mas apenas lhe disse: Levanta-te e entra na cidade, e lá te será dito o que te convém jazer (At 9.6). E Deus enviou Ananias para guiar Saulo à entrada do Seu Reino.
Quando o anjo apareceu a Cornélio, que orava, poderia ter-lhe dito facilmente como ele se poderia salvar. Mas deu-lhe uma ordem: Manda chamar a Sí­mio, que tem por sobrenome Pedro. ...Ele te dirá o que deves fazer (At 10.5,6).
Deus tem reservado só para seres salvos e cheios do Espírito o glorioso privilégio de tomar com uma de suas mãos a Divindade e com a outra a alma per­dida para uni-las (2 Co 5.19,20).
Quando havia uma obra a fazer, Deus sempre es­colhia um homem. Escolheu Elias no Monte Carmelo; Jonas para Nínive; Pedro para o dia do pentecostes.
Você pode, acaso, conceber a Reforma sem Lutero e Calvino? Pode imaginar o grande avivamento, que salvou de uma revolução a Inglaterra, sem João Wesley, Carlos Wesley e Whitefield? E as cruzadas de Finney e as campanhas de Moody não estão inseparavelmente ligadas a esses grandes evangelistas?
São, porém, esses grandes nomes os únicos que estão ligados à evangelização do mundo? Deus nos li­vre de achar que devemos só a esses poucos homens! Toda a glória não coube só a esses renomados evangelistas. Devemos lembrar igualmente que muito ficamos devendo àqueles muitos que oraram e intercederam, àqueles que lhes propiciaram os meios, àqueles milhares de cristãos que colaboraram com eles, e que também participaram de suas grandes vi­tórias. Tais luminares da pregação evangélica não poderiam ter alcançado sozinhos as multidões de almas perdidas que então se salvaram.
A evangelização é tarefa de cada cristão. Mas ninguém a realiza sozinha, por suas próprias forças.
Cada cristão pode ser um pescador de almas.
As grandes cruzadas, que temos tido o privilégio de dirigir pelo mundo, são trabalhos de equipe em conjunto.
Tenho cumprido o meu dever, mas é verdade que outros milhares de cristãos fiéis têm colaborado co­migo, cumprindo o seu dever de evangelizar.
Muitos missionários têm sacrificado tudo, e mui­tos pregadores nacionais têm trabalhado com afinco, investindo o que são e possuem na gloriosa obra de evangelização. Antes de nós, muitos deles gastavam suas vidas na semeadura do Evangelho; depois vie­mos nós, e nos alegramos com as abundantes colhei­tas de almas para o Reino de Deus.
Triunfamos sozinhos? Não; mil vezes não. Cente­nas de cristãos fiéis, naturais dessas terras, lutam dia e noite, trazendo às cruzadas os perdidos, os enfer­mos, os confusos. Assentam-se ao lado deles, nas reu­niões, a interceder pelo pregador e pelos ouvintes não cristãos. Oram com eles. Acompanham-nos a casa, de volta das reuniões. Trabalham seus convidados a todo tempo sem fim.
Entrego as mensagens e convido os perdidos a se decidirem por Cristo, mas a verdadeira pesca de al­mas só se dá quando ministros e leigos dão as mãos para salvar o perdido.
Enquanto estou no púlpito, na linha de frente, milhares estão na pátria, em seus lares, trabalhando e colaborando comigo no afã de partilhar essa alegria de ganhar almas, e o fazem por meio da oração intercessória e de suas generosas ofertas para finan­ciar a obra de evangelização.
Tais esforços de evangelismo em massa não teriam lugar sem a participação de missionários, pastores, e obreiros leigos.
Isso é que é evangelização!

Pelo que nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento. (...) mas cada um receberá o seu galardão, segundo o seu trabalho. Porque nós somos cooper adores de Deus; vós sois lavoura de Deus e edifício de Deus. (1 Coríntios 3.7,9)

Cada qual tem sua parte na conquista de almas. Recebi de Deus o privilégio de pregar. Muitos missio­nários vieram antes de mim há alguns anos. Minis­tros dessas terras estão dando tudo. Obreiros e mem­bros dessas igrejas nacionais fazem a sua parte. Con­selheiros pessoais fazem parte da equipe. Aqueles que sustentam essas cruzadas com suas orações e ofertas participam conosco dessa gloriosa cruzada.
Um planta, e outro colhe. Por isso Jesus disse:
Eu vos enviei a ceifar onde vós não trabalhastes; outros tra­balharam, e vós entrastes no seu trabalho (Jo 4.38).

É justamente isso o que sinto ao dirigir gran­des cruzadas em que milhares de perdidos encon­tram-se com Cristo. Estou colhendo o que outros semearam.
A verdade é que todos nós somos cooperadores de Deus.
Que parte o leitor amigo está tendo na evangeli­zação mundial? Está você pessoalmente empenhado nessa gloriosa obra? Já experimentou em sua vida a bem-aventurança e a alegria que provêm de se ga­nhar para Jesus Cristo uma alma perdida?
Você já teve a oportunidade de salvar a vida de uma pessoa que ia morrendo afogado? Já tirou de dentro duma casa a incendiar-se uma pessoa que lá estava morrendo sufocada pela fumaça e pelas cha­mas? Já arriscou sua vida para tirar da frente de um automóvel uma criança prestes a ser atropelada?
Em verdade, é o sentimento mais maravilhoso e mais agradável dessa vida ter consciência de haver salvo alguém de um desastre mortal!
Você, meu caro leitor, pode experimentar e gozar dessa alegria e prazer de salvar almas perdidas, víti­mas do desespero. Pode participar do maior de todos os ministérios: o da evangelização.
Centenas de vezes, pobres almas negligenciadas achegam-se a mim, em terras longínquas, derraman­do lágrimas de sincera gratidão, louvando a Deus pelo fato de eu lhes haver levado o redentor conhe­cimento do Evangelho de Jesus.
Não poucas vezes tenho impedido que este ou aquele se ajoelhe diante de mim e me beije os pés. Muitos agarram minhas mãos e as beijam, antes que eu possa reprimir tal manifestação de gratidão a Deus.
É certo que não o fazem para cultuar a mim, mas o fazem para revelar ou expressar a gratidão em seus corações. Não têm dinheiro, nem vistosos presentes, nada precioso ou belo para oferecer ao norte-ameri­cano... Só lágrimas e beijos de gratidão, amáveis pa­lavras de humilde reconhecimento.
Digo a você que algumas vezes tenho voltado o meu rosto a derramar lágrimas de vergonha e confusão por me sentir bastante chocado. Quando essa gen­te tão amada assim me trata, sinto não ter coragem de olhar a face do Senhor. Sim, porque tenho sacrifi­cado tão pouco por eles. Tenho recebido do Senhor tantas e tantas provas de Sua misericórdia e bonda­de. Tenho sido tão favorecido por Ele, tão abençoado. E eles têm sido tão negligenciados; são tão pobres, tão necessitados.
Quero que você saiba, leitor amigo, que a sensa­ção mais grata e mais agradável que nós, mortais, podemos experimentar nesse mundo é a de haver par­ticipado do levar o Evangelho a quem estava perdi­do, sem Jesus.
Mas eu, sozinho, nada posso fazer. Cristãos fiéis em suas pátrias participam de nossas cruzadas, possibili­tando levá-las avante. E, então penso: "Como seria maravilhoso e agradável se aqueles que lá em sua pá­tria contribuíram de uma forma ou de outra para o êxito dessas cruzada pudessem ver as almas se chega­rem a Cristo pelo trabalho de evangelização que estamos realizando em terras pagãs?"
Bem, por isso é que o céu será coisa bastante ma­ravilhosa, não é? Lá, encontraremos aqueles que fo­ram salvos por nossos esforços.
É coisa maravilhosa ser pescador de almas. Você acha que é mesmo? Está fazendo alguma coisa para ganhar almas para Cristo? aguarde proximo capitulo.

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